segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Os portugueses são muito poupaderos

«Os portugueses aplicaram, no primeiro semestre deste ano, em produtos financeiros sediados em off-shores 6,1 mil milhões (6,1 MIL MILHÕES…) de euros.» Os dados são do Banco de Portugal.

A notícia surge-nos assim sibilina, matreira, implicando cada um de nós no esbulho praticado por alguns.

Para Nogueira Leite, ex-secretário de Estado do Tesouro de António Guterres, o acréscimo da saída de capitais para off-shores não é mais que a constatação de que «o rendimento das pessoas que estão empregadas aumentou muito este ano, por causa da subida dos salários e pensões, da descida de juros e da inflação muito baixa. As pessoas estão a poupar mais».

«O rendimento das pessoas que estão empregadas aumentou muito este ano por causa da subida dos salários e pensões!...». Os portugueses, sempre levianos, não se deviam ter apercebido destas subidas, mas o Nogueira Leite sempre atento, não deixou escapar esta distracção. Esta gentalha ou canalha o escumalha ounão tem remédio.

“As pessoas…” estão a poupar mais e vão a correr colocar o seu porquinho no primeiro off-shore ao virar da esquina.

O aumento da saída de dinheiro para off-shores ocorre numa altura em que Portugal se encontra a braços com uma grave crise económica tendo o desemprego ultrapassado há muito o meio milhão e o crédito malparado na Banca vai muito além dos sete mil milhões.

A TSF, com base no relatório de Agosto do Banco Central, refere que o montante aplicado em off-shores chegaria – e sobraria – para construir um novo aeroporto e a terceira travessia sobre o Tejo.

Os portugueses são assim muito poupaderos com alguns canalhas à mistura.

1 comentário:

filipe disse...

Certeira - como sempre - denúncia dos criminosos especuladores e desta gentalha que vive vendendo a alminha ao diabo, a começar pelo sempiterno governador do Banco de Portugal, um bom exemplar dos nababos "ps's" que se banqueteiam nesta "democracia", à custa da miséria e da humilhação dos portugueses.
Um abraço fraterno.