terça-feira, 29 de abril de 2014

Dar corda aos sapatos… É já amanhã!

--Finalmente, já não preciso ir ao futebol para gritar

«Livre», «Fora, fora» e «Ga-tu-no, ga-tu-no»…

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Duas personagens sinistras da contra-revolução.

Spinola/Soares 
Dialogaram, entenderam-se e recompensaram-se.
Estas duas personagens chafurdando na contra-revolução que nos poderia ter arrastado para uma guerra fratricida. procuravam o protagonismo que a democracia lhes negava, apoiando-se no que de mais sórdido havia para se guindarem à chefia do país. Com apoios diferenciados, tinham um único objetivo, entregar o poder à grande finança que nos trouxe ao lamaçal em que nos encontramos. Spinola
O marechal agiu como um tonto, o outro e o partido que fundou continuam fieis a quem os financiou.
 

 Ler artigo "investigação" no P2 de 27 de Abril.

sábado, 26 de abril de 2014

O tartufo de sempre

 (ver aqui) e (aqui) currículo do homem da CIA que assssinou Lomumba 



Hoje no Largo do Carmo, como em 1975 na Alameda, pretendendo desvalorizar a manifestação da Avenida da Liberdade, o Karensky de sempre procura a ribalta e aposta na divisão dos que defendem Abril. As ligações a Spínola na contrarrevolução, não são uma suspeita, estão documentadas.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

ESCURO na EDP



Sabem o que é o neoliberalismo e como são recompensados quem o serve?
 
Catroga recebeu 430 mil euros pela EDP em 2012, Mexia recebeu 3,1 milhões

Catroga na EDP com salário milionário

Ex-braço-direito de Pedro Passos Coelho nas negociações com a troika ganhará uma remuneração de 639 mil euros, além das naturais mordomias próprias a estes escroques. Um ordenado mensal superior a 45 mil euros, que acumulará com uma pensão de mais de 9600 euros, contas feitas, pode atingir cerca de dois mil euros por dia.
«Sete ex-governantes, todos das áreas do PSD, PS e CDS, ganharam, em 2013, mais de 812 mil euros como membros do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, órgão de aconselhamento da elétrica liderada por António Mexia, também ele ex-ministro.»
Entretanto…

A EDP corta a luz a mais de 400 mil famílias por ano!

Em três anos, EDP terá ganho 50 milhões com taxa de reativação.
A EDP cortou a luz a mais de 400 mil famílias por ano em Portugal continental desde 2011, segundo os números avançados pelo governo ao parlamento. De acordo com estes dados, enviados pelo Ministério do Ambiente e Energia em resposta às solicitações do Partido Comunista, a EDP Distribuição cortou o fornecimento a 511 mil clientes em 2011, 455 mil em 2012 e a mais 405 mil consumidores de baixa tensão durante o ano passado. Estes clientes são famílias e pequenos negócios.

domingo, 20 de abril de 2014

"Odeio os indiferentes"

Antonio Gramsci (1891-1937)

Os Indiferentes
11 de Fevereiro de 1917

Odeio os indiferentes. Como Friederich Hebbel acredito que "viver significa tomar partido". Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes.
A indiferença é o peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam frequentemente os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e às vezes, os leva a desistir de gesta heroica.
A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; e aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos mesmo os mais bem construídos; é a matéria bruta que se revolta contra a inteligência e a sufoca. O que acontece, o mal que se abate sobre todos, o possível bem que um ato heróico (de valor universal) pode gerar, não se fica a dever tanto à iniciativa dos poucos que atuam quanto à indiferença, ao absentismo dos outros que são muitos. O que acontece, não acontece tanto porque alguns querem que aconteça quanto porque a massa dos homens abdica da sua vontade, deixa fazer, deixa enrolar os nós que, depois, só a espada pode desfazer, deixa promulgar leis que depois só a revolta fará anular, deixa subir ao poder homens que, depois, só uma sublevação poderá derrubar. A fatalidade, que parece dominar a história, não é mais do que a aparência ilusória desta indiferença, deste absentismo. Há fatos que amadurecem na sombra, porque poucas mãos, sem qualquer controle a vigiá-las, tecem a teia da vida coletiva, e a massa não sabe, porque não se preocupa com isso. Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões limitadas e com fins imediatos, de acordo com ambições e paixões pessoais de pequenos grupos ativos, e a massa dos homens não se preocupa com isso. Mas os fatos que amadureceram vêm à superfície; o tecido feito na sombra chega ao seu fim, e então parece ser a fatalidade a arrastar tudo e todos, parece que a história não é mais do que um gigantesco fenómeno natural, uma erupção, um terremoto, de que são todos vítimas, o que quis e o que não quis, quem sabia e quem não sabia, quem se mostrou ativo e quem foi indiferente. Estes então zangam-se, queriam eximir-se às consequências, quereriam que se visse que não deram o seu aval, que não são responsáveis. Alguns choramingam piedosamente, outros blasfemam obscenamente, mas nenhum ou poucos põem esta questão: se eu tivesse também cumprido o meu dever, se tivesse procurado fazer valer a minha vontade, o meu parecer, teria sucedido o que sucedeu? Mas nenhum ou poucos atribuem à sua indiferença, ao seu ceticismo, ao fato de não ter dado o seu braço e a sua atividade àqueles grupos de cidadãos que, precisamente para evitarem esse mal combatiam (com o propósito) de procurar o tal bem (que) pretendiam.
A maior parte deles, porém, perante fatos consumados prefere falar de insucessos ideais, de programas definitivamente desmoronados e de outras brincadeiras semelhantes. Recomeçam assim a falta de qualquer responsabilidade. E não por não verem claramente as coisas, e, por vezes, não serem capazes de perspetivar excelentes soluções para os problemas mais urgentes, ou para aqueles que, embora requerendo uma ampla preparação e tempo, são todavia igualmente urgentes. Mas essas soluções são belissimamente infecundas; mas esse contributo para a vida coletiva não é animado por qualquer luz moral; é produto da curiosidade intelectual, não do pungente sentido de uma responsabilidade histórica que quer que todos sejam ativos na vida, que não admite agnosticismos e indiferenças de nenhum género.
Odeio os indiferentes também, porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes. Peço contas a todos eles pela maneira como cumpriram a tarefa que a vida lhes impôs e impõe quotidianamente, do que fizeram e sobretudo do que não fizeram. E sinto que posso ser inexorável, que não devo desperdiçar a minha compaixão, que não posso repartir com eles as minhas lágrimas. Sou militante, estou vivo, sinto nas consciências viris dos que estão comigo pulsar a atividade da cidade futura que estamos a construir. Nessa cidade, a cadeia social não pesará sobre um número reduzido, qualquer coisa que aconteça nela não será devido ao acaso, à fatalidade, mas sim à inteligência dos cidadãos. Ninguém estará à janela a olhar enquanto um pequeno grupo se sacrifica, se imola no sacrifício. E não haverá quem esteja à janela emboscado, e que pretenda usufruir do pouco bem que a atividade de um pequeno grupo tenta realizar e afogue a sua desilusão vituperando o sacrificado, porque não conseguiu o seu intento.
Vivo, sou militante. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes.
Antonio Gramsci